quarta-feira, 25 de maio de 2011

DON'T PANIC!

É isso aê gente! Como eu prometi novas postagens, que tal começar com hoje, que é um dia tão especial?

O que tem de especial no dia 25 de maio? Você não sabe? Não se preocupe! NÃO ENTRE EM PÂNICO, eu vou lhe contar. xD

Hoje é o dia da Toalha!

É, você leu muito bem, T-O-A-L-H-A, daquelas que você normalmente usa para se enxugar após o banho, aquela que você prende na cabeça como um turbante quando tá com o cabelo molhado (ou finge que é um turbante mesmo e vai brincar de Aladdin, vai saber xD), pois é.. já entendeu? Agora, por que esse objeto 'singular' ganhou um dia? Oras, porque é o objeto mais útil que existe! É um item indispensável em uma viagem, principalmente se for uma viagem intergaláctica onde você, por acaso, acabou pegando uma carona em uma nave espacial e os aliens não são assim tão amigáveis.

Bom, você ainda não entendeu nada, não é mesmo? Ou se você entendeu, provavelmente você já leu o Guia do Mochileiro das Galáxias e sabe do que eu estou falando, mas para aqueles pobres terráqueos que não sabem o que é isso vou tentar explicar rapidamente a situação.

O Guia do Mochileiro das Galáxias faz parte de uma série de livros, ou como o autor Douglas Adams gostava de se referir, uma trilogia de quatro livros (que ao final virou uma trilogia de cinco livros) que tem por tema a história de como um inglês muito azarado que acabou sobrevivendo, com a ajuda de seu amigo E.T Ford Prefect, à destruição da Terra pegando uma carona em uma das naves da frota alien, que veio destruir o nosso planeta para a construção de uma estrada intergaláctica. Por trás dessa história toda o autor consegue retratar diversas facetas do nosso planetinha miserável, as intrigas políticas, as discriminações sociais, todas aquelas brigas e preconceitos sem sentido que você vê na televisão e na internet diariamente, mas o modo como ele faz essas críticas, pode acreditar, é único e super divertido.

Mas enfim, depois dessa rápida explicação sobre o Guia, você ainda deve estar se perguntando, mas por que hoje é o dia da Toalha? Como eu disse, esse é um objeto indispensável, segundo o Douglas Adams, para você ter consigo no dia-a-dia, devido as incontáveis utilidades que uma toalha poderia ter. E, como esse é um fato marcante para os fãs da "Trilogia" eles decidiram usar a toalha como o símbolo da homenagem póstuma que fizeram em 2001 ao autor.
Douglas Adams faleceu no dia 11 de maio de 2001, e seus fãs pelo mundo resolveram homenageá-lo por todas as coisas que havia feito, e no dia 25 de maio de 2001 foi o dia em que foi realizada essa homenagem, um dia em que fãs do Guia do Mochileiro das Galáxias saíram as ruas ou simplesmente passaram o dia com uma toalha, demonstrando todas as suas formas de uso. Desde então, esse dia ficou conhecido como o Dia da Toalha.

E agora? Entenderam o que tem de especial no dia de hoje??

Bem, seja como for, se entenderam ou não, que tal entrar na brincadeira? Peguem uma toalha e tentem visualizar todas as possibilidades e utilidades que ela tem!

FELIZ DIA DA TOALHA!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

curiosidades

Bom, eu estava sem nada para fazer (ou melhor, eu estava procrastinando as coisas que eu tinha/tenho para fazer), então, me lembrei que já fazia um tempo que o Baú não tinha nada novo e, apesar de não ser a minha vez de postar (sorry Emily ^^"), decidi que já era hora de abrir o baú e dar uma renovada nas coisas. Mas como estou sem tempo, o que seria melhor do que uma Curiosidade básica e rápida?? Eu me ocupo e a vocês também. Então, vou colocar por esses dias algumas coisas que eu achar interessantes.

Por hoje, que tal uma foto bonitinha para os Otakus de plantão? (Ou simplesmente por que eu acho bonitinho e como sou eu quem está acrescentando ao baú hoje... posso colocar o que eu quizer. xD)



Owwww!! Eu já disse que adoro o Pikachu???

quarta-feira, 6 de abril de 2011

No Surprises

Primeiramente, peço desculpas aos leitores do Baú e, principalmente, às minhas queridas amigas Hannah e Emily pela ausência inexplicada. Desde o início do mês passado estive muito ocupada e espero que, por favor, compreendam.

Agora, vou compartilhar com vocês algo que presenciei e me entristeceu muito. Há alguns dias na rodoviária, enquanto comia, um menino de, aparentemente, seis ou sete anos passou por mim pedindo dinheiro. Era moreno, seus olhos castanhos tinham uma expressão singular. Não era raiva nem tristeza, mas uma certa inquietude. Olhava como qualquer criança acostumada com a vida que tem, seja ela boa ou não. Estava bastante sujo, suas roupas estavam rasgadas e realmente parecia sentir fome naquele momento. Infelizmente, não tinha dinheiro suficiente para dar-lhe comida, mas senti alívio ao ver um jovem rapaz fazendo isso. Convidou a criança para juntar-se a ele e conversaram animadamente. Vê-lo comer afoitamente e com olhos gratos me fez sentir culpa por minha vida. E, então, um senhor disse ao jovem rapaz: “O que você fez é muito errado. Este pivete só vem aqui perturbar e roubar e você dá comida a ele. Tem mais é que deixar com fome mesmo. Agora ele vai voltar e continuar enchendo o saco.”

Isso respondeu à pergunta que sempre me faço: por que o mundo tem de ser assim? É tão simples... Não conseguimos nos por no lugar dos outros. Mesmo quando o outro é uma criança suja e faminta, como se a ‘perturbação’ que ela causa lhe tirasse o fundamental direito de comer. Esse tipo de gesto, geralmente, é visto como uma espécie de incentivo a continuar ‘perturbando’. Mas será que ele já refletiu em algum momento sobre o que leva uma criança tão nova a passar seus dias pelas ruas? Não acho que ele tenha escolhido essa vida. Por mais que se diga: ‘Ah, ele usa o dinheiro que dão pra se drogar... ’, não o torna menos digno de seus direitos mais essenciais e de compaixão. Enquanto isso, abro a geladeira e reclamo ao não encontrar algo mais apetitoso sem sequer lembrar dos bilhões de rostos que não têm a mesma sorte.

Vemos-nos como a obra-prima da criação divina. Somos dotados de intelecto e podemos criar. Temos cultura, tecnologia, sentimentos. Mesmo com toda essa superioridade, nos auto-destruimos. Somos incapazes de aceitar uns aos outros sem querer nada em troca. Simplesmente, não conseguimos nos livrar de nossos preconceitos. Todos nós, todos... somos tão desesperados e perdidos. Tão inadequados e solitários (ainda que sejamos tão iguais). Limitados, cheios de ódio e amargura. No entanto, somos tão frágeis. Como nossa auto-imagem tende a nos ver como fortes e auto-suficientes, só lembramos de quão vulneráveis somos quando feridos. Entenderemos as atitudes dos outros a partir do momento que começarmos a olhar nossas próprias fraquezas e inadequação.

...

Sou ingrata. Sempre fui abençoada com muito mais do que preciso. Tenho saúde e escolha, mas não é o suficiente. Preciso de mais. Não me satisfaço com todas estas boas coisas e me queixo. Há um vazio impreenchível aqui dentro e sinto-me cada vez mais seca e morta. Tudo parece preto e branco. Sem surpresas. ‘Tenha um emprego respeitável e o melhor carro que puder’, ‘case-se com alguém que acrescentará algo a você’, ‘compre uma casa enorme e leve seus filhos à igreja’, tudo parece decidido antes mesmo de eu nascer. Acho que vivo uma vida que não é minha. Meus sonhos ficaram menos importantes que ‘ter...’, ‘fazer...’ e já não sei quem sou (ou se sou, de fato). Tudo tem perdido a magia e já não há por que fazer perguntas. Não preciso entender, preciso aceitar sem hesitação. O mundo é um jogo e se as regras têm sentido é o de menos. O que importa é segui-las, mesmo que isso me torne um desperdício de carbono.

Não suporto mais ver a pessoa que gostaria de ser, os meus sonhos, cada vez mais longe. Não entendo como sentir-se pleno e realizado é menos importante que um carro, por exemplo, ou como ter poder vale mais que ter felicidade. Ou ainda como seguir acriticamente tudo que é ditado pelo senso comum vale mais que curiosidade, imaginação e esperança. Não agüento mais sobreviver. Quero uma vida para mim. Completamente errada e minha.


PS: Você já refletiu sobre a forma que imaginamos aliens? Sempre com simetria bilateral, bípedes, humanóides. Têm instinto de exploração e senso de superioridade. São, geralmente, cruéis. Ainda assim, são estranhos e inadequados. Talvez, lá no fundo, sabemos que nós somos os ETs.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Desabafo de Carnaval

Outro dia, “zapeando” pelos canais da TV, acabei parando em um telejornal aqui do meu Estado, e a âncora do programa estava falando nada mais, nada menos do que sobre o assunto do momento aqui no Brasil, ou seja, Carnaval. Logo, eu já ia trocar de canal (sou daquelas pessoas que não aguenta mais esse período do ano), mas ela enfim conseguiu chamar a minha atenção quando disse as seguintes palavras: “... para garantir o circo a uma população miserável que não tem sequer o pão na mesa”.

A princípio, admito, não entendi bem o que ela disse, pensei até que tinha mudado de assunto e passado para outro tema do programa, mas então, passei a prestar atenção no que ela falava, afinal não é todo dia que uma frase como aquela é ouvida em um programa televisivo

Após ouvir atentamente o resto da ‘matéria’, sentada no sofá da sala ainda um tanto surpresa, bati palmas para a repórter. Mesmo o editorial sendo simples e explanado em apenas três minutos, é sempre digno de nota quando uma voz se levanta para mostrar a ambigüidade, a falsidade e a injustiça de algo tão intrincado na mente do povo brasileiro como é o carnaval, mas realmente chama mais atenção ainda quando essa voz é proveniente da mídia. A mesma fonte que incentiva e reserva horas da sua programação diária para tal festividade. (Acho que não preciso nem dizer que a própria emissora desse telejornal irá fazer a cobertura – ao vivo – do carnaval de Salvador).

Depois disso eu passei há refletir um pouco sobre esse período do ano que é tão esperado pelos brasileiros.

Eu, quando criança, adorava ir aos clubes para brincar o carnaval, gostava de sair nos blocos de rua cantando as marchinhas e de passar dias, semanas até, ansiosa para escolher a fantasia perfeita. Realmente, não faz muito tempo... mas ainda assim é grande a diferença entre os carnavais da minha infância e o de hoje.

Hoje você não vai mais ao clube, você vai para a balada com os amigos para encher a cara e depois ficar disputando quem bebeu mais, quem ‘pegou’ mais, quem vomitou mais... Nos blocos de rua então? Sem chance de você ficar relembrando marchinhas de carnaval (adeus cabeleira do Zezé...), você tem que cantar a “música” do momento na Bahia, e sem deixar de encher a cara com os amigos, disputar quem bebeu mais, quem ‘pegou’ mais, etc... Mas não é só isso que se faz no bloco de rua! Claro que não! Também é de praxe arrumar confusão com o primeiro bêbado que aparecer na sua frente! E para finalizar, depois de sair ‘chapado’ de tanto beber, fumar maconha e crack, pegar o carro e sair batendo em postes, muros, árvores (e vejam que surpreendente! Eles conseguem acertar até mesmo pessoas!! ).

Não preciso nem comentar que fantasia quanto menos pano melhor... na verdade acho que daqui a alguns anos elas serão abolidas no carnaval! As únicas peças permitidas serão os abadás, ou quem sabe, se a média de temperatura subir mais alguns graus, todo mundo não sai pelado? Afinal, quem vai aguentar o calor naquela muvuca?? (Alias, pensando bem, acho que isso já acontece, não é?)

Mas de que adianta ficar aqui discutindo as diferenças entre o carnaval de hoje e o ‘ontem’? A tendência, pelo visto, é sempre piorar, então acho que devo ficar conformada com o que temos.

Vou parando por aqui, primeiro porque não quero que isso vire um artigo daqueles que preenchem páginas e páginas de revista, e segundo por que não quero nem esboçar o paralelo entre o carnaval e a política, onde os governantes preferem gastar bilhões em festas desse tipo, a cuidar do que realmente importa.

Ah! Mais uma coisa! Divirtam-se! Afinal, é Carnaval!

Bom, para quem ficou curioso sobre o editorial que citei, da repórter Rachel Sheherazade da TV Tambaú, afiliada do SBT na Paraíba:

http://www.youtube.com/watch?v=oLmFQxsMbN4

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Life on Mars?

Aproveitando o fato do assunto ‘vida’ ter sido lançado por minha cara amiga Emily, por que não falar do seu significado? [‘Porque é extremamente clichê’, sim, sei disso.]

Desde que nos entendemos por espécie superior, buscamos um significado maior para as coisas que nos rodeiam. Das forças da natureza, a pequenos ou grandes acontecimentos, sempre haverá alguém enxergando um sinal divino. A questão é: por que precisamos tanto de um sentido para a vida? Pode até ser exagero, mas vejo nisso uma certa arrogância humana. Bem, talvez seja apenas ingenuidade, já que somos tão, tão limitados. O fato é que basta observar os mitos religiosos ocidentais como um todo para constatar que os deuses preferem um grão de areia azul perdido na periferia cósmica à uma bela supernova, por exemplo. Pior ainda é ver essa ingenuidade mesmo no mundo científico, buscando em outros planetas vida semelhante à do nosso.

Somos tão complexos, tão inteligentes, tão perfeitos que nada mais natural que pensar que o universo gira ao redor de nosso mundo. Nada mais deduzível  que para seres tão sublimes há um significado mágico e profundo – e vejo no fato de pensarmos que animais não possuem alma uma confirmação disso. Se ainda não ficou claro meu ponto, um dos motivos para necessitarmos tanto de uma razão transcendental à existência é por isso nos fazer superiores e especiais.

Outro possível motivo é um tanto mais fisiológico. Há uma região em nosso cérebro encarregada de ‘ler’ intenções escondidas nas coisas. Essa capacidade é essencial para a sobrevivência em sociedade e, talvez, seja um dos fatores que desencadeou a formação da cultura, principalmente no âmbito religioso, já que passamos a ver intenções onde, a priori, não há, como nas forças naturais, por exemplo. Tudo isso, porém, ainda não justifica a nossa necessidade de uma causa maior.

Muitas pessoas encontram um significado na religião e um ponto comum entre quase todas elas é a ideia de continuação. O fim é um pensamento tão desesperador quanto o acaso.

Talvez esse seja o sentido da vida: apenas a continuidade de si mesma. Moramos no meio do nada e não temos vizinhos. Mesmo condenados a extrema insignificância, comparados ao cosmos, com certeza, não há outros como nós por aí – outro motivo que me faz ver certa ingenuidade da comunidade científica, por não haver garantias de que aconteça em outro lugar a vida como a conhecemos.

Ou seja, somos pequenos mas, também, únicos. Frutos de uma série de acontecimentos e circunstâncias aleatórias que dificilmente se repetiriam por aí, então realmente não há uma razão maior à toda e qualquer vida do que continuar essa aventura.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Jogo da Vida

Em algum momento nos anos de 1980, alguém teve a brilhante idéia de criar um novo jogo, daqueles de tabuleiro – e ao menos um desses, certamente, entreteve muitos de nós por horas a fio – que pretendia “simular” situações reais da vida de um ser humano médio. Passeando pela Wikipédia, descobri que o jogo foi lançado no Brasil em 1992 e virou febre nas mãos de muitos brasileiros nascidos nos anos 80, perdurando até hoje nas prateleiras das lojas de brinquedo.

Nele você pode escolher uma carreira, casar, criar os filhos, sofrer com os inúmeros impostos que lhe são cobrados, vender e comprar. De forma simplista, o vencedor é aquele que, no final do jogo, tiver acumulado mais, quem detiver a maior riqueza. Com o slogan “uma disputa emocionante em busca do sucesso”, é tido como um jogo de nível estratégico e de dificuldade baixos, cujas habilidades necessárias para jogar limitam-se a “sorte e gestão simples”. “Ganhe dinheiro, tenha filhos, construa uma carreira!” é a palavra de ordem.

Por mais estranho que possa parecer, não, não estou recebendo nada em troca para falar isso por aqui, muito menos vou gastar outras tantas palavras e pensamentos descrevendo o como é agradável a brincadeira, ou contar uma história da infância em que me diverti consumindo horas preciosas jogando em tardes chuvosas. Nunca tive a oportunidade de jogá-lo: na realidade, nem sei direito como funciona, mas o que sei já é suficiente para traçar um paralelo um tanto clichê...

É interessante pensar que, assim como no tal jogo de tabuleiro, em que giramos uma roleta e temos o controle sobre um peão colorido com o único objetivo de chegarmos vitoriosos ao fim, a dimensão em que existimos também pode ser um tabuleiro, em que nós exercemos o papel de peões coloridos, com nossas vidas condicionadas ao girar de uma roleta – ou quem sabe a um jogar de dados – por alguma coisa que sequer podemos ver ou ter a certeza que existe (nesse caso, ‘alguma coisa’ pode ser qualquer coisa. Cada um atribui a isso a forma e o significado que bem entender).

Vivemos numa espécie de jogo, trancados na já apresentada intrincada rede de conexões – que vale dizer, acho difícil que seja entendida em toda a sua complexidade algum dia – alimentando o sonho de que somos criaturas livres. A liberdade parece ser a coisa mais magnífica que o homem pode desfrutar. Como se alguém a tivesse vivido de tal maneira e a tal ponto que possa afirmar convicto que é/foi livre...

Já parou para pensar que nunca fomos ou seremos completamente livres? Ainda que a democracia, o advento da comunicação em massa, com direitos expressos em pomposas declarações garantindo liberdade de expressão, pensamento, associação, locomoção, dentre tantos outros artifícios humanos tentem nos convencer do contrário? Nunca passou por sua cabeça o pensamento de que, ainda assim, vivemos amarrados a uma série de acontecimentos, coincidentes ou não, que limitam nossa vida, nossa liberdade real de escolha e até mesmo nossas opções a meros desdobramentos do acaso que mudam drasticamente vidas – não necessariamente apenas a nossa individualmente falando, mas também a de outras pessoas a quem você nem conhece e possivelmente, jamais vai conhecer – de forma inexplicável?

De repente, de maneira inexplicável, você decide dormir mais cinco minutinhos numa certa manhã e acaba saindo cinco minutos mais tarde que o rotineiro para ir à escola, por exemplo. O que acaba acontecendo é seu ônibus passar na hora certa e você chegar com dez minutos de atraso a seu destino. Por conta disso, levou uma notificação da rígida instituição, seus pais não ficaram contentes com isso e você passou a tarde aborrecido com o sistema educacional, não estudando nada nesse espaço de tempo. O conhecimento que deixou de acumular naquele momento foi exatamente aquele necessário para que você resolvesse uma questão no vestibular daquele ano. Aquela questão foi o que te separou da aprovação no curso dos seus sonhos.

Tá, concordo que a situação ficou levemente exagerada, mas quem garante que aqueles cinco minutos a mais de sono não tenham realmente mudado completamente a sua vida de forma inexplicável? E o que você poderia ter feito para evitar isso? Não ter dormido além do costume? Imagino que talvez você tivesse conseguido alterar a cadeia de acontecimentos, mas sem nenhuma garantia de que o resultado iria ser diferente...

Percebe o pouco controle que temos sobre os infinitos acontecimentos que nos cercam e quanto nosso livre-arbítrio parece insuficiente?

Não estou querendo dizer que tudo se resume a uma questão de destino ou coisa assim, que temos que sentar e esperar as coisas acontecerem, já que não temos controle sobre elas. O que estou devaneando aqui é o simples fato de que, talvez, não sejamos tão donos de nossos caminhos como tendemos a supor; que talvez existam forças/criaturas/existências que manipulem nossas vidas como num jogo, que se divirtam com os casos e acasos que criam e brincam de tirar a sorte na roleta enquanto movimentam os peões que somos num belo tabuleiro.

As coincidências que fazem das pequenas vidas humanas peças bastante intrigantes podem ser apenas um golpe de sorte ou azar de algo que não temos capacidade para entender, que joga “Jogo da Vida” para distrair a vida imortal e tediosa que leva em algum ponto do espaço-tempo.

E cá estamos nós, crendo que somos únicos e todo-poderosos no Universo!

Engraçado é imaginar que estamos vivendo o tal jogo em, ao menos, três dimensões distintas: uma, em que somos instrumentos da brincadeira; outra, em que jogamos com nossas próprias vidas e com a dos outros, tentando sobreviver num mundo tão hostil com o pouco livre-arbítrio que nos resta e que, diferente da terceira dimensão – que seria tão somente o brinquedo que vendem nas lojas -, exige muito mais que sorte e capacidade de gestão simples, cujo nível de estratégia e dificuldade supera uma possível significação em palavras.

E, seguindo uma brilhante idéia de Luís Fernando Veríssimo (na crônica ‘Tintim’) de imaginar o “infinito pra dentro”, talvez as peças com que brincamos também sejam seres dotados com uma espécie de vida e divirtam-se brincando com outras da mesma maneira que nós, ao mesmo tempo em que tecem conspirações mil sobre a força que as move, que não conseguem ver nem alcançar, mas que igualmente mudam suas histórias...

E segue-se o infinito...

Por fim, encerrando aquilo que pareceu ser uma eternidade a quem lê, deixo uma curiosa descrição do “Jogo da Vida” presente em um site de vendas:

“A vida é um jogo! (...) Grandes surpresas, situações difíceis ou golpes de sorte não param de acontecer pelo caminho. Você nunca sabe o que lhe espera no futuro.”

Deve ser essa a emoção de viver...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Curiosidade 1

Hoje, não pretendo postar outro texto chato e sem sentido, primeiro porque não estou inspirada (o que não quer dizer nada =P), e segundo porque eu simplesmente quero compartilhar com vocês algo diferente.

Então vejamos...

Dia desses estava procurando na internet umas referências que li recentemente em um livro e acabei me deparando com um quadro muito famoso de Rembrandt, só que não era exatamente o original, mas sim uma reprodução feita por Olavo Bilac e seus amigos. Achei realmente legal e acabei salvando a imagem. E hoje, enquanto vasculhava o PC, acabei me deparando novamente com a reprodução e pensei “seria interessante posta-la no Baú”.

Primeiro, o original.


A Lição de Anatomia do Dr. Tulp - Rembrandt Harmenszoon van Rijn, 1632

Agora a reprodução fotográfica de Bilac.



Olavo Bilac, Leôncio Correia, Henrique Holanda, Pedro Rabelo, o doutor Pederneiras, Álvaro de Azevedo Sobrinho e Plácido Júnior. O autopsiado é Artur Azevedo e o legista, com um sabre, é Coelho Neto.

Curioso, não acham? Quem acreditaria no senso de humor da época? xD