domingo, 23 de janeiro de 2011

If it doesn’t matter, does it antimatter?

Por toda nossa história, sempre separamos tudo em dois caminhos. Esta polarização nota-se nas mais diversas facetas da sociedade. Das religiões primitivas ao cristianismo atual, há sempre uma entidade espiritual associada a moral, aos bons costumes e ao bem e o outro ser associado ao mal; nossas concepções éticas, e mesmo estéticas, dividem-se também em dois lados: o certo e o errado, o belo e o feio.

Talvez, porque a natureza animal tende a simetria e há apenas dois gêneros, esta busca por duas faces opostas seja até mesmo instintiva, já que em nossa luta pela sobrevivência torna-se essencial perceber rapidamente nossos inimigos ou aliados. Nosso cérebro também não está preparado para lidar com muitas possibilidades simultaneamente. Haver apenas duas alternativas torna o processo mais simples e eficiente, nos fadando eternamente a  produzir apenas abstrações que não alcançam a realidade de múltiplas variáveis do nosso mundo.

Interpretar o nosso universo através de duas possibilidades é a causa de sentirmos tanto ódio. Os nossos familiares dois caminhos fazem surgir superiores e inferiores, dignos e indignos, santos e pecadores... Em suma, cria grupos antagônicos onde não há outra possibilidade a não ser participar e apoiar um, execrar o outro. Dessa forma, acabamos por nos fechar em nossas limitações e ainda julgamos mal os outros, por nossa simples incompreensão. Essa atitude tão peculiar a nós faz com gênios sejam classificados como loucos, tendo sua devida contribuição reconhecida apenas postumamente. E isso é algo que, em maior ou menor escala, faz parte das nossas vidas.

Todos nós estamos aqui para sermos amados e odiados e, também, para amar e odiar. Essas emoções tão profundas e difíceis de compreender que conseguimos sentir e inspirar nos outros são a nossa igualdade. E mesmo tão iguais, tão profundamente semelhantes em nossos temores e tantas outras coisas, cada um de nós é maravilhosamente único e especial. Todos temos os nossos medos e manias sem sentido, as nossas lembranças inesquecíveis da infância, uma  cor preferida, e a música que nos faz chorar por nos fazer pensar em alguém marcante. Talvez, acabamos esquecendo que os outros também sentem. Nosso egoísmo arranca da memória que todos, todos são criaturas delicadas e essenciais, com quem podemos aprender. Mesmo aquela pessoa que, aparentemente, não sabe de muita coisa, certamente tem um aprendizado lindo a nos oferecer.

Resolvemos então abrir o nosso baú e compartilhar nossos sonhos com todos aqueles que assim o desejarem. Inclusive, acho sonhos simplesmente importantes demais, o que parece infantil para alguns. O fato é que vivemos num lugar ao mesmo tempo maravilhoso e assustador e é nossa obrigação descobri-lo, explorá-lo e conhecê-lo. Parece que o tempo quer matar a nossa curiosidade e a imaginação. Quando se vão, o que resta é uma vida de cinzas e coisas que fazemos sem saber ao certo o porquê. Aliás, você já pensou que tudo pode ser uma grande ilusão? Ou será real?

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